terça-feira, 24 de outubro de 2017

Meras possibilidades


É assim: eu estou cansada desta cidade, desses lugares, dessas pessoas.
Estou tão irritada ultimamente; sinto dores de cabeça quase todos os dias.
Então, se você me chamar para ir embora com você de novo, eu até aceitaria. Eu embarco nessa viagem louca, se me pedir. Mas só se você me pedir.
É claro que tenho meus medos, droga. Eu sou humana, você também. Podemos errar e acertar a qualquer momento, em qualquer escolha. Mas existem certas ocasiões em que uma pisada em falso significa morte perpétua. Por isso há de se pensar, analisar...
Mas se pensar demais, também, corre o risco de perder a chance que está ali, batendo na tua porta.
Então o que fazer?
Seguir o coração e embarcar nessa louca aventura? Ou seguir a consciência e pensar muito bem antes de pôr o pé fora de casa?
É... ser adulto e tomar decisões não é nada fácil. Desconfiei desde criança. Por isso nunca quis crescer.

Daqui à pouco estaremos velhos e nada vai ter acontecido, nada memorável.
Mas eu não penso em apodrecer neste maldito lugar. Sou jovem, talvez porisso pense assim.
Deixa o tempo me dizer primeiro quem sou... e que não seja tarde demais

E que isso também sirva de lição. Pois a busca da felicidade consiste em abrir mão de certas coisas, e sair do lugar. Ir para além do que os olhos alcançam... além, compreende?
E que isso termine. Para mim, pra você, e para todos que buscam... todos que estão nesta incansável busca de saber quem realmente são, essa busca de saber a que lugar pertencem.

Katty

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Eu, que sempre fui de dar conselhos, queria um conselho agora...
Não podia imaginar que a essa altura eu perderia o rumo da minha vida, não saberia pra onde ir.
Justo eu que sempre tenho tudo planejado, todas as palavras ensaiadas, não sei o que fazer...

Porque a gente tem que ser feliz, meu amigo!
Mesmo que esteja doendo, que não pare de sangrar.

O teu lugar sempre estará guardado aqui,
a cadeira no cantinho tímido, o copo de cerveja, o olhar observando todo mundo sem dar um pio sequer.
Eu queria ter tido mais tempo, queria voltar no tempo e ter conseguido me despedir e falar tudo o que representou pra mim. Mas a gente nunca sabe do amanhã, eu não sabia, você também não.
Mas a vida deixa marcas, tão profundas que talvez nunca se apaguem.

terça-feira, 21 de julho de 2015

segunda-feira, 28 de abril de 2014



Eu tenho perdido um pouco do que há de bom na vida; a beleza dos dias.
Porque eu sou muito intensa e quando algo me preocupa, me preocupa pra valer. Me tira tempo, folego, ânimo, e eu vou vivendo assim, meio apática, meio sem graça.
Às vezes penso que sou muito ingrata com a vida que me sorri todos os dias com belos raios de sol; às vezes penso que a vida é ingrata comigo quando me manda tantas tempestades. Mas quem será ingrata de verdade: A vida ou eu?
Eu quero viver a vida, eu tenho planos, eu tenho sonhos... A vida, quem sabe? Não sei o que ela quer!
Mas eu vou caminhando, dia após o outro, pé sobre pé. Fecho umas portas, mas não totalmente. Abro pouco as janelas para que não entrem coisas ruins também. E um dia, quem sabe eu chego lá onde a vida quiser...

quarta-feira, 23 de abril de 2014



E você se sente perdido perante a imensidão da cidade, diante da poluição que se alastra...
As vozes, as pessoas correndo tentando ser alguém, tentando serem melhores;
Eu fico atordoada, perdida, escuto vozes e essas vozes dizem que ficará tudo bem, mas eu cansei de acreditar nisso, e penso que essas vozes não sabem de nada. E eu corro, corro pra longe delas, pra longe de mim, só que eu continuo parada, estagnada, tentando sorrir pra me encaixar; tentando fingir e sorrir, mas disso eu também já cansei.
Conviver com as pessoas é cansativo demais, é desgastante demais. Seus erros, seus defeitos, como se já não bastassem os meus próprios, como se já não bastasse a mim. Elas te olham, te julgam, nunca é suficiente, querem te derrubar, te ver pior e isso cansa.
Eu me perco em pensamentos, quero meu travesseiro, quero descansar. Na verdade eu queria controlar o mundo, fazer o que quero, na hora que quero, com as pessoas que quero. E quando eu não quiser nada, me isolar, ficar longe de tudo por minutos, horas, quem sabe dias...
E a fumaça da poluição me traz de volta à vida, me traz de volta ao mundo, às pessoas correndo da casa pro trabalho, do trabalho pra casa, e a vida se repete, as pessoas se repetem, eu me repito... tudo tão igual.
Um dia, quem sabe, a vida faça algum sentido.


Katty